
Mimo pra lá, mimo pra cá, show de gentilezas, seus familiares exibiam tanto seus talentos teatrais, que se poderia criar uma série de tv: “Os cara de pau 2”.
As gentilezas continuavam, pois, para eles que eram materialistas, ter o próprio nome no testamento, era como se fosse o nome escrito no livro da vida. Enfim, morre dona Gertrudes, em vez de choro, todos tentavam esconder toda aquela empolgação. Quando o advogado ia ler o Testamento, todos estavam muito inquietos, ficavam agoniados de tanta curiosidade para saber quem seria o herdeiro. Quem chegasse naquela hora, não iria entender o porquê de ter tanta expectativa em um ambiente fúnebre.
As palavras da dona Gertrudes na voz do advogado que lia o Testamento tiveram um impacto muito forte na vida de todos, palavras estas quem nunca iriam esquecer: “ Eu Gertrudes, como último pedido, quero que seja enterrado junto comigo uma caixa contendo o valor em dinheiro correspondente a tudo que possuo”.
Neste momento, mais rápido que um flash, a dor tristeza e muito choro invadiu a todos, choravam desesperadamente olhando para aquele caixão, choravam muito, choravam de soluçar, choravam como se fosse crianças, se perguntavam: como isso foi acontecer? Era tanta lágrima que havia até perigo de desidratação. Dessa vez, quem chegasse na hora ia pensar o quanto amavam aquela velhinha.
Dinheiro não é tudo, o mais importante é a salvação. Não há como levar dinheiro para outra vida, pois quem gasta dinheiro é o funeral e não o defunto. Sabendo disso, Tobias, o coveiro foi até a sepultura da morta, retirou e levou embora a caixa de dinheiro deixando um cheque em nome de Gertrudes Souza e um bilhete que dizia: “ Dona Gertrudes, vou depositar o dinheiro na minha conta, assim que precisar, é só ir no banco e sacar o cheque”.
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